quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma vida que não é a sua

Hoje, no trabalho,  tive um pensamento recorrente, mas que sempre me assusta: "Estou vivendo uma vida que não é a minha". E quase que imediatamente surge a dúvida: "mas se essa não é minha vida, então qual será?".

À noite, no Clube do Choro, na companhia de amigas, tive um insight a respeito desse tema. Na verdade, vários. Ou melhor, tive uns devaneios.

O chorinho surgiu no século XIX, então lá se vão mais de dois séculos de história ligados a este gênero musical. Talvez isso, talvez o ambiente retrô, talvez as músicas de outros tempos, não sei. Só sei que nesse contexto, surgiu o primeiro insight: "talvez eu tenha vivido em outra época e a percepção de que esta não é a minha vida venha de memórias de outra vida gravadas na minha alma". 

O segundo foi: "Eu devo ter vivido na Belle Époque francesa - viver cada momento intensamente, sem se preocupar com o que virá depois. Isso explicaria minha ansiedade e a vontade de fazer tudo! Não sossegar até ficar exausta! Aí, minha amiga lembrou: "Bem, se fosse assim, você já estaria morta", remetendo ao fato de que a vida boêmia da Belle Époque levava seus seguidores a uma morte prematura. 

Foi então que surgiu o terceiro insight "Deve ser por isso que tenho tanto medo de envelhecer" e continuei "com a consciência que somente não envelhece quem morre jovem".

Como falei, bem mais que insigths, tive devaneios mesmo.

Vindo para casa, durante os 20 km que separam Brasília de Águas Claras, fiquei lembrando de tudo isso e me deu vontade de escrever. Não sei quando ou porque parei de postar aqui no blog. Só sei que, se tenho dúvidas quanto se esta é mesmo a minha vida, sei que deixar de escrever pode estar contribuindo para isso.

É preciso coragem para escrever e publicar suas próprias histórias. Ainda mais quando se é tão intimista quanto eu. Talvez o medo de me expor tenha contribuindo para eu parar com as postagens. Talvez achar que meus textos não interessam a ninguém também.

Mas chegar aqui e ver meu pequeno blog com mais de 10 mil acessos e alguns seguidores que eu não conheço, me encorajaram a escrever este texto.

Tenho 34 anos e continuo com muitas dúvidas. Não sei quem inventou que envelhecer traz sabedoria. Continuo achando que nada sei da vida. Só sei que hoje de manhã acordei com vontade de ouvir "Há tempos", da Legião e o que me vem a mente agora é "muitos temores surgem do cansaço e da solidão". Vai ver é isso. Ando cansada demais e sozinha demais.

Então, deixando os medos de lado, aqui está, uma postagem para estrear meu ano novo, que começou em 5 de setembro. Não vou prometer outras. Devaneios não me ocorrem todos os dias.



sábado, 23 de abril de 2011

Sem fazer turismo em nossas dores

Ando às voltas com um novo amor. Carpinejar, Fabrício. Impressiona como um homem pode entender tanto a alma feminina. E escrever de maneira tão simples e ao mesmo tempo tão profunda. Suas palavras tocam lá no fundo e falam o que você sente, de uma maneira leve e descontraída, com relatos bem humorados do dia a dia.

Ontem li uma crônica dele para a revista Cláudia. Descrevia a Gisele Bündchen. Perfeita, como ela. E hoje, de novo encantada, lendo a penúltima crônica do livro dele Mulher Perdigueira, que só pela capa já se tem idéia de como Carpinejar vê a mulher:




A crônica do livro chama-se A Fruteira. Pelo título, você não imagina as palavras que encontrará nela. Mas logo ela te encanta. Fala de abandonar as cicatrizes. Que cicatrizes estão lá não para mostrar o quanto se sofreu, mas para nos fazer ver que nossas feridas são curadas. E que não mexamos em feridas abertas - elas infeccionam quando fazemos isso.


E com essa metáfora, ele parte para as outras dores da vida: "Não faço turismo em minhas dores. Nem convido os outros a sofrer de novo comigo, como se fosse uma espécie de justiça o outro penar o mesmo que eu".


E faz a gente se perguntar: Quantas vezes já fiz turismo nas minhas dores? Por que gastamos energia relembrando coisas ruins? Quantas vezes lembramos mais das mágoas do que das alegrias?


Pra me lembrar de coisas boas, recentemente espalhei muitos porta-retratos pela minha casa. Fotos de momentos felizes, com pessoas alegres, celebrando a vida. E é ótimo, toda noite, antes de dormir, dar uma última olhada nelas, sorrir com os rostos alegres que vejo, e saber que sim, a vida vale muito a pena.


Fiz isso também com as fotografias daquela viagem dos sonhos. Estão todas num álbum bem acessível, ao lado da TV.


Voltando a Carpinejar: "Não contabilizarei o que não consegui e o que me falta. Não amaldiçoarei um relacionamento que não me ofereceu o que eu esperava, não cobrarei a juventude que doei a alguém, não justificarei rupturas e fracassos".


E isso me remete à parede da minha cozinha. Calma, vou explicar. Tenho uma pequena lousa branca na cozinha, que deixo pensamentos que quero internalizar. E atualmente lá está escrito: "Prefiro olhar pra frente e sonhar a olhar para trás e sentir arrependimento" (ditado anônimo).


Tudo isso pra dizer que carregamos conosco tudo o que vivemos até agora. Mas somos nós que decidimos o peso que daremos a cada vivência. Nada apaga o passado, mas como você se relaciona com ele está aqui no presente. Para as coisas ruins, já aprendi que não basta simplesmente deixar prá lá. Seu ego não conhece a tecla DEL e quanto menos espera, tudo se escancara novamente na sua frente.


Então, deixei de brigar com lembranças ruins. Entendo que elas fazem parte de quem sou hoje. Quando elas aparecem, não as ignoro. Mas não deixo elas se demorarem. Rapidinho mudo a direção do pensamento e me concentro nas coisas boas. É um exercício que requer prática, mas que funciona muito bem.


Ah, e quem quiser viajar mais como eu, lendo Carpinejar, pode visitar o seu blog.

Beijinhos a todos!

Ah... Amores antigos, não se preocupem... meu coração é gigante... tem lugar para Zeca, Martha, Fabrício, Gadú, Liz e todos meus outros preferidos...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Novos cabelos, novo sorriso

Estou no salão de beleza. Acabei de decidir que vou me livrar da parte danificada do meu cabelo, que está muito além das pontas. Isso quer dizer que em vez de cabelos longos, agora vou ter cabelos médios.

Mas está é uma ação com visão de futuro: voltar a ter cabelos longos, mas saudáveis.

E porque estou escrevendo essas banalidades? Porque essa ação tem ainda outro significado. Muitos sabem o momento tragédia grega que estou vivendo. Ainda vou descobrir em qual deusa despertei tamanha ira para estar no meio do furacão que me encontro (ou quem sabe isso também vai deixar de ser importante).

Então, vamos à metáfora: junto com meus cabelos doentes, estou tirando de mim tudo o que é ruim. Quero apenas a parte boa, a parte saudável. Não só nos cabelos, mas na minha vida.

As pessoas me dizem que sou forte, com exceção do meu psicólogo, que diz que eu não preciso ser forte sempre. O fato é que não vou me entregar. Estou aqui, ficando linda. Hoje tenho uma festa e amanhã o casamento de uma das minhas melhores amigas. A vida continua.

Sei que meus amigos e amigas estão sofrendo junto comigo. Fico muito feliz em tê-los por perto e estar recebendo tanta atenção, apoio, amor, carinho. Sei que o que aconteceu comigo causa compaixão, pra não dizer pena. Está tudo muito recente ainda, está doendo muito, mesmo assim não me arrependo de ter me permitido viver.

Amigas, principalmente vocês: obrigada por tudo! Por cada e-mail, por cada telefone. Muitos vão ler aqui e não vão entender nada. Desculpe se não me abri com todas as pessoas importantes pra mim. Então, aos que lerem isso e que não vão entender nada, a gente ainda conversa.

Muitas pessoas sabem que é escrevendo que me liberto, que traduzo o que está dentro de mim. Nem sempre escrevo assim, publicamente. Mas senti vontade disso e não me importo com aqueles que dirão que eu me exponho demais. Faz parte da minha natureza isso, não adianta. Estando publicado aqui, chega a ser um manifesto, que me fará lembrar sempre qual o meu propósito neste mundo: ser feliz, muito feliz!

Tentando ficar inteira, seguindo o conselho de alguém que admiro muito, termino esta postagem. E com a certeza de que VAI PASSAR, eu sei que vai.

Beijo

Ah, depois mudo a foto do blog, com os novos cabelos e novo sorriso!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Anexo Secreto

Acabei de ler O diário de Anne Frank. Sempre fiquei receosa de ler esse livro, pois tinha medo de sofrer lendo a descrição das atrocidades da 2ª Guerra. Mas estive em Amsterdã, conheci onde Anne Frank, sua família e mais quatro pessoas ficaram por 2 anos escondidos dos nazistas (o "anexo secreto") e resolvi que era tempo de conhecer essa história.

Li todo o livro já conhecendo o final da história: Anne Frank morreu em um campo de concentração há apenas 2 meses de terminar a guerra. Então, uma certa tristeza me acompanhou do início ao fim do livro, em contagem regressiva para o dia de sua captura e posterior morte.

E meu medo se concretizou. Realmente sofri com toda a narrativa da clandestina Anne. Mas, também me enterneci com as palavras da menina Anne. Ela inicia sua narrativa aos 14 anos, como uma adolescente muito parecida com as adolescentes dos dias de hoje: com uma revolta do mundo sem compreender muito bem a origem, sobrando, na maioria das vezes para sua própria mãe. Mas, a vida no Anexo Secreto, as notícias da guerra, suas leituras e estudos, faz da menina Anne uma surpresa. É inteligente, determinada, e com um auto-conhecimento que poucas pessoas tem. Tudo isso faz do diário uma obra única, que merece ser lida.

O maior desejo de Anne era o de ser jornalista e escritora. Não qualquer escritora, mas uma escritora famosa, que deixasse algo relevante para a humanidade ou, pelas suas próprias palavras "continuar a viver depois da minha morte". E ela conseguiu.

Então hoje, no percurso do metrô para minha casa (acabei de ler o livro no metrô), fiquei imaginando se Anne Frank teve uma segunda chance. Acredito em reencarnação (ou tento acreditar) e fiquei pensando se Anne já não voltou para nós. Ela bem que poderia ser uma escritora feliz, reconhecida e influente, para compensar todo o sofrimento dos 2 anos de clausura e mais quase um ano de campo de concentração.

Tentei alegrar minha mente com esse pensamento. Pois considerei muito injusto. Todas as suas ideias, seus ideais, seus planos para o futuro (gostava especialmente do "não ser apenas uma dona de casa") condenados por uma guerra estúpida. Já pensou, se Anne Frank hoje é alguem influente? Fiquei imaginando quem ela poderia ser. Mas não cheguei a nenhuma conclusão. Se ela voltou, apenas gostaria que ela fosse feliz, muito feliz.

sábado, 2 de outubro de 2010

Comer Rezar Amar

Eu sabia que iria acontecer. Uma voz estava me dizendo o tempo todo: “Adriana, vá ao cinema sozinha. Faça de Comer, Rezar, Amar um momento só seu”. Mas eu não dei ouvido a essa voz de dentro de mim e arrisquei ir ao cinema com minhas amigas.

Não deu outra. Algo saiu errado. Perdi o início do filme, fiquei mal humorada, pra não dizer p. da vida, e ainda por cima estou me sentindo mal porque não fui educada com minha amiga.

Queria saber a hora certa de confiar nessa voz interna. Não sei distinguir uma intuição verdadeira de uma voz intrometida, que aparece muito nas horas erradas me deixando confusa.

Deixando intuição de lado, o fato é que finalmente assisti ao filme que aguardei o ano todo. E o que posso dizer é estou com vontade de reler o livro Comer, Rezar, Amar. Não só pela escrita cativante de Liz Gilbert, mas porque encontrei lições nesse livro das quais não posso esquecer e que, claro, não estão todas retratadas no filme.

E... como é bom ver o Brasil na telona. Claro que nada se passa no Brasil de fato, mas o jeito de ser do brasileiro está lá, retratado no personagem Felipe. Um pouco de português que às vezes lembra um portunhol, mas tudo bem. Nosso idioma não é mesmo dos mais fáceis. Ahhh, a música está perfeita: “É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe”. Nada mais brasileiro do que Vinícius de Moraes.

Já escrevi antes: ler Comer, Rezar, Amar vale muito a pena. Assistir ao filme também. E eu vou voltar ao cinema, pra fazer do jeito que minha intuição havia me pedido.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Perto dela, as boazinhas são santas

Acabei de ler As aventuras da menina má, de Mario Vargas Llosa. E estou meio desconcertada com o término do romance, por dois motivos. O primeiro já é algo corriqueiro: sempre que termino uma leitura que me envolve e que me transporta para o mundo da ficção, começo a sentir falta dos personagens assim que o romance acaba. É como se eu tivesse me mudado de cidade e sei que a falta de convivência com eles fará que com que eu os esqueça, mais dia, menos dia. E o segundo, claro, tem a ver com título do romance e a heroína da história: a menina má.

Claro que o título me atraiu em primeiro lugar. O enredo da trama não é assim, novo. Conta a história de uma mulher cuja vontade de nunca mais passar necessidades na vida faz de tudo por dinheiro. Submetendo-se, inclusive a impensadas humilhações. E claro, não dá a mínima para o boboca pobre, apaixonado, que vive aos seus pés.

A narrativa é envolvente, faz você não querer se desgrudar do livro. Quando o mocinho está com a menina má, você lê o romance aos sobressaltos, esperando o momento em que ela o trocará por outro. Ou, quando ele não está com ela, você tenta adivinhar quando e como ela vai reaparecer. Como o próprio boboca apaixonado descreve: sempre reencontrando-o no intervalo entre dois amantes.

A menina má não é apenas egoísta. Ela é cruel. Não expressa nenhum sentimento, a não ser se lhe convém... quando deixa qualquer dissimulada no chinelo. Capitu é uma santa do lado dela.

No entanto, o boboca apaixonado, Ricardito, o narrador da história, mostra uma menina má por quem você se apaixona. E começa a torcer para que ela "se endireite" e reconheça o que é ser feliz na vida.

É uma leitura fascinante. Apenas uma advertência. Não estranhe se depois de ler, você começar a achar sua vida monótona, sentir-se um burguês sem grandes aspirações. Ou achar que uma vida só é pouco, para tantas possibilidades. Ou mesmo, suspeitar daquelas pessoas mais próximas, achando que está no meio de uma grande conspiração...

Ah, o romance faz você viajar também pela Europa do século passado... não passa incauto às suas transformações, desde a cultura hippie iniciada na Inglaterra, embalada pelo som dos Beatles e de muito LSD... o surgimento da Aids.... algumas tiradas contra a psicologia de Lacan... e nos situa no tempo de alguns pensadores, como Sartre, Roland Barthes, Foucault e outros que não me recordo agora... Ah, e claro, o escritor, sendo peruano, nos dá ainda uma aula de história-política sobre seu país.

Bem... depois de terminar o texto da postagem, estou percebendo que ficou parecendo uma resenha... mas, depois de ler um romance com esse título, não podia deixar passar em branco. Afinal, a menina má dá aula para qualquer aspirante a ex-boazinha :)

sábado, 24 de abril de 2010

E se...

Para os que aqui passam de vez em quando, só me resta escrever: desculpem-me a ausência.

Não deixei nada escrito no blog, mas meu caderninho que me acompanha para cima e para baixo, está cheio de anotações. Então, relendo algumas delas, resolvi que está na hora de voltar a compartilhar minhas idéias.

Primeiro, parênteses para falar sobre algo que estive pensando relacionado ao blog: o nome. Às vezes acho que ex-boazinhas não tem muita relação com minhas últimas postagens. Mas, quando penso melhor, vejo que este foi um início, o começo que me fez entender algumas coisas, como a de se colocar em primeiro lugar - minha máxima como ex-boazinha. Pode parecer egoísmo, mas penso que é assim que damos o melhor que temos para as outras pessoas, por nos pertimirmos ser inteiros.

Parêntese fechado, agora vou compartilhar uma anotação que começa assim: "Minha mente está se abrindo para algo novo. Algo que eu não quero perder..." e continua com:

... se eu não posso controlar algo, como a vontade alheia, então nada mais me resta do que não me ocupar com pensamentos do tipo "e se...". O "se" é muito amplo, com possibilidades infinitas. Então, decidi que somente vou pensar no "se" quando este deixar de ser "se", ou seja, quando realmente acontecer.

Só de pensar assim, senti-me livre de um peso gigante. Escrevi isso quando estava a procura de apartamento para comprar. Gostei de um. Mas o vendedor estava indeciso, porque eu não tinha um valor alto para dar de sinal. Ele poderia aguardar outra oferta. Então me dei conta que eu não tinha poder nenhum na decisão dele, quer dizer, eu não poderia mandar na vontade dele, no pensamento dele e obrigá-lo a me vender o tal apartamento. Então, deixei de me preocupar porque nada dependia de mim.

A conclusão a que cheguei foi, se nem Deus tem poder sobre o livre arbítrio das pessoas, porque eu estava me ocupando com algo que não tenho controle?

Pensar assim foi como colocar uma pedra na minha ansiedade. Quando, enfim, o vendedor me ligou perguntando se eu ainda estava interessada no apartamento, pude realmente vivenciar aquele momento. Eu estava em São Paulo, era uma quinta-feira. Teria que aguardar ainda até segunda-feira para assinar o compromisso de compra e venda em Brasília. Mas, eu havia conseguido, iria comprar (e comprei) o apartamento que desejei.

Talvez muitas pessoas já ajam dessa forma, sem precisar ter refletido a respeito. Mas quem me conhece sabe que sou muito ansiosa. Então, faço de tudo para não esquecer de que nada adianta me ocupar com qualquer coisa que fuja do meu controle, que é perda de tempo. Assim, cada vez que me pré-ocupo de algo que ainda não aconteceu, lembro-me do episódio do apartamento, deixo as preocupações de lado e vou fazer algo melhor.


Espero que tenham gostado do meu retorno :)

Bjus a todos!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Declaração de amor!

Foi um susto. Dos maiores. Recebi uma ligação, número desconhecido, já passava da 1h da manhã. Era minha amiga, em prantos, que disse "Dri, fui sequestrada!". A ligação encerrou-se aí. Claro que o pânico me tomou por inteira, pois, como já falei certa vez, não nascemos com manual e eu não tinha a mínima idéia do que fazer numa situação dessas.

Vesti uma roupa por cima do pijama, ligava desesperadamente para o 190, mas a ligação não completava. Não sabia o que fazer. Não me lembro quantas vezes fui da sala ao quarto feito barata tonta que levou uma borrifada de veneno.

Foi quando recebi a segunda ligação, mesmo número, minha amiga um pouco mais calma conseguiu completar "estou bem" e passou o telefone para a dona de casa que lhe tinha dado abrigo. Depois de recebido o endereço de onde minha amiga estava, liguei para a polícia e consegui relatar, também aos prantos, o que havia acontecido e onde minha amiga estava.

Eu era adolescente quando ouvi, pela primeira vez, de uma amiga mais velha o seguinte ditado "os amigos são a família que escolhemos". Neste fim de semana, essas palavras da sabedoria popular fizeram muito mais sentido. Descobri que, diferente do que eu falo sempre, eu tenho sim família aqui em Brasília, e uma bem grande! Daquelas com muitos irmãos e ainda mais primos.

Não foi alguém da minha família de sangue que foi seqüestrado. Mas alguém da minha família do coração. Não havia o que pensar, somente agir e dar conta daquelas emoções todas. Liguei para outro amigo, que logo veio me encontrar. Agora não estava mais sozinha. Minha amiga, cuja família também não é daqui, também não. Fizemos tudo que podíamos para dar um pouco de conforto a ela. Dormimos os três, aqui no meu quarto e sala. O pouco espaço fez parecer que éramos uma família maior ainda.

Agora, susto superado (o meu), reflito sobre as lições que minha família do coração me dá. Outro dia escrevi sobre as lições de ver o lado bom da vida, dadas por uma amiga que está superando um câncer. Agora foi a vez desta minha amiga ser a heroína. Ouvi-la contar como conseguiu manter-se calma enquanto estava com os seqüestradores, como não entrou em pânico quando foi largada no meio de um matagal, como, no meio de tudo, ela ainda ter percebido quanto o céu estava bonito e estrelado, faz com eu tenha que eu sinta muito orgulho dela, e também de ter e de fazer parte dessa família.

Então, deixo aqui minha declaração a essa minha família: Amigos e amigas, obrigada por fazerem parte desta minha grande família. Amo vocês!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Conspiração...

Há alguns dias escrevi sobre resoluções de ano novo. Agora, relendo a postagem, concluo que o título deveria ser "Resoluções de Ano Velho", porque apenas falei de 2009. Sobre resoluções de ano novo vou escrever agora.

Vai parecer estranho. Mas preciso falar aqui de alguém de quem não gosto muito: Paulo Coelho. Ou melhor, não gosto mesmo. Tentei ler algumas coisas dele, até para poder afirmar com propriedade: conheço e não gosto. Mas não deu certo, algumas páginas e desisto. Sei lá, vai ver nosso santo não bate. Porém, há algum tempo (muito tempo, para ser sincera), recebi um cartão com os seguintes dizeres: "Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo" (Paulo Coelho).

Mas, o que resoluções de ano novo tem a ver com Paulo Coelho? O elo é o fato de que, ultimamente, tenho concorcado com o Paulo Coelho, pelo menos nessa conclusão que descrevi. Eu explico.

Acho que no final de novembro ou começo de dezembro, decidi que em 2010 faria ioga. Pratico mat-pilates e gosto muito, porque seus exercícios envolvem equilíbrio e concentração. Então achei que também gostaria de fazer ioga. Decisão tomada, estava aguardando a chegada do ano novo para procurar uma escola para iniciar a prática.

Eis o que acontece nesse meio tempo: minha amiga me empresta o livro "Comer, Rezar e Amar", de Elizabeth Gilbert, com a seguinte ressalva: "acho que você não vai gostar da parte 'rezar'". Mas, mero engano! Eu adorei! (acho que foi o universo conspirando)

A autora e heroína da tragetória descrita no livro é adepta da ioga. Na segunda parte do livro (Rezar), ela descreve sua aventura espiritual em um ashram, na Índia. A descrição dela, de sua busca pelo divino, é muito comovente e também envolvente. Para resumir: fiquei encantada!

Diferente do que possa parecer, minha resolução de ano novo não é fazer um retiro em um ashram na Índia e tentar encontrar o que a Liz Gilbert descreveu . Mas isso reforçou meu desejo para 2010 - quero buscar o equilíbrio. Acho que a primeira tarefa será aprender a usar minhas energias adequadamente, seja no trabalho, em casa, com os amigos, com a família, sozinha, seja fazendo muitas coisas ou seja não fazendo nada.

Então, estou aqui compartilhando minha principal resolução de ano novo: em 2010, estou em busca do equilíbrio.

ps.: Havia esquecido: no domingo, assisti ao filme Avatar. Pode parecer besteira, mas o que mais me chamou a atenção foi o equilíbrio existente no planeta Pandora. Quem assistiu ao filme pode ter prestado atenção a inúmeros outros detalhes. Mas, fazer o que? É a tal idéia de que o universo conspira se impregnando no meu ser...

Beijos a todos e FELIZ 2010!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

36 horas!!!!

Meia noite e doze. Acabei de fazer postar minhas últimas atividades da pós-graduação a distância. Agora, meu corpo, ainda se recuperando de uma gripe que já dura 10 dias, pede urgente cama!!!! Mas minha mente pede urgente mais!!!

Definitivamente, queria um dia com 36 horas, onde eu pudesse encaixar todas as minhas atividades! Agora mesmo, gostaria de pegar o livro que estou lendo e somente parar no final da segunda parte (o livro todo são tres partes - a primeira eu li ontem, a tarde toda!!!! Ai como foi bom). Então, se eu começar a ler agora, sei que não vou querer parar antes de terminada a segunda parte.

Hoje também foi dia de consulta com meu psicólogo. Minha cabeça borbulha cada vez que saio de lá. Tenho vontade de escrever sobre tudo... Pensar sobre tanta coisa (se bem que acho que ando pensando demais... ou criando caraminholas demais, dá no mesmo). Mesmo assim, poderia escrever sobre algumas descobertas ou sobre algumas coisas que me fizeram refletir... mas isso levaria um tempo e meu dia não tem 36 horas.

Sem contar coisas mais banais que também gostaria de ter feito, como enviar para os meus amigos as fotos da festa de final de ano! São tantas. Tenho certeza que eles vão adorar, pois há muitas em que foram pegos de surpresa pelos fotógrafos. Nem mesmo pude postá-las no meu orkut :( ... Isso me faz pensar nas pessoas que vivem conectadas, como aquelas que precisam desses novos modelos de celular que integram tudo: MSN, orkut, MySpace, FaceBook, Twiter... ai, como elas conseguem? De onde tiram tempo?

No trabalho, as coisas se complicam ainda mais. São tantas as demandas, que vivo repetindo "Gente, sou só uma, please!" E vou tentando equilibrar meu dia.

Vou somente abrir um parêntese aqui e continuar a comentar o meu fim de semana. Além de ter passado a tarde de domingo lendo, à noite fui ao cinema assistir Julie and Julia. Que conta a história de uma blogueira, a Julie, que conta (e revive) a história de uma cozinheira, a Julia. Claro que tenho que puxar a sardinha pro meu lado, afinal foi legal ver um blog parar no cinema. Mas, mesmo para aqueles que acham a maior viagem as pessoas viajarem em blogs, assim como eu, vale a pena conferir o filme. Algo muito light, próprio para um domingo à noite.

Bom, agora vou relaxar um pouco embaixo de uma chuveirada quente, para ver se, com meu corpo todo mole, ele vence minha mente agitada e consiga enfim cair no sono...

Agora são meia noite e trinta e quatro.

Acho que estou ficando boa nesse negócio de controlar o tempo: 22 minutos para uma postagem já é um avanço!

bjus e boa noite :)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Resoluções de Ano Novo!

Dezembro de 2009. Mais um ano chegando ao fim. Hora de fazer um balanço. Confesso que o meu não está sendo tão positivo quanto esperava, lá em dezembro de 2008, quando coloquei no papel várias resoluções de ano novo.

Reler os compromissos que eu havia assumido para 2009 fez eu me conhecer mais um pouquinho e, de quebra, fortificar ainda mais alguns dos meus valores. Por exemplo, uma das poucas coisas que consegui cumprir da minha lista foi: “Levar a Ana Luiza (minha sobrinha de cinco anos) ao zoológico de Brasília”. Quem me conhece mais de perto, sabe que essa não foi uma tarefa fácil, pois dependeu inclusive de logística: convencer minha cunhada, grávida de cinco meses, a viajar para trazer minha sobrinha do Mato Grosso até Brasília. Esse esforço me faz confirmar o quanto minha família é importante. E por mais que eu viva aqui em Brasília feito ovo de chocadeira (mãe, brincadeirinha), uma das coisas que mais priorizei durante 2009 foi minha família.

Outros compromissos, eu consegui cumpri-los parcialmente. Entre eles está “Fazer uma nova receita (culinária) por mês” e “conhecer novas músicas”. Em relação à culinária, em janeiro eu havia começado bem – aprendi a fazer uma moqueca de peixe com camarão que ficou para a história. Mas, depois de janeiro, minhas inovações culinárias se restringiram ao espaguetini com shikaque e atender às súplicas (sem exageros) dos meus amigos para cozinhar. Acho que foram umas quatro ou cinco vezes no ano todo. Bem diferente de uma receita nova por mês. Em relação a novas músicas, tenho dois momentos. Um, não lembro ao certo o mês, com direito a dançar no meio da minha sala, às 4h da manhã, em plena segunda-feira. O outro foi ter ido a todos os shows da Granja 2009, inclusive ao show do Bruno e Marrone (agora minha irmã tem um infarto do coração, ao saber disso). Só para constar, quase dormi em pé com as músicas melosas da dupla.

Outros são os de praxe, que só almas muito iluminadas (ou cheias de determinação) conseguem cumprir, como “academia 3x por semana” ou “terminar 2009 sem contas a pagar”. Esses, claro, passei longe. Outras, acredito eu, cheguei pertinho. Mas ainda não foi dessa vez, como, ser promovida no trabalho.

De todas as resoluções, há uma que me deixa muito orgulhosa: “Ser feliz, muito feliz!”. Quando me vejo em 2009, sei que tive alguns tropeços, que chorei, que senti raiva, que me senti triste. Mesmo assim, digo com toda certeza: “Em 2009, fui mais feliz do que triste”! O que me faz lembrar uma canção do Vinícius (de Moraes) que começa com a exaltação da alegria: “É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe*!” Mas, tem uma parte que ele também canta “a tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste não”. E que eu interpreto como: a vida não é só feita de alegrias, mas de todos os sentimentos, inclusive tristeza. Então, seja feliz, seja alegre, sinta raiva, chore, permita-se ficar triste. O que importa é se permitir viver. Tudo e todos os sentimentos.

Meu próximo passo, antes de fazer a lista de resoluções para 2010, será classificar as experiências vividas por mim em 2009 naquelas:
1. para se orgulhar;
2. para nunca mais repetir;
3. para fazer sempre.

Há algumas experiências que constarão em duas listas, como o blog Ex-boazinhas, que estará na coluna “para se orgulhar” e na coluna “para fazer sempre”. Outra que fará parte do “para fazer sempre” será "arrumar minha cama todos os dias". Incrível, mas levei 30 anos para aprender isso.

Essas foram apenas duas experiências. Há muitas outras, cujas classificações não virão para as páginas do blog. ;)




sábado, 14 de novembro de 2009

Eu também te amo!!!!


Realizar sonhos é tudo de bom! E não importa qual seja o sonho, ou quão insignificante ele possa parecer para os outros. É o seu sonho, e realizá-lo tornará seu dia inesquecível. Escrevo com propriedade, pois acabo de realizar um dos meus.

Quem me conhece sabe o quanto sou fã do Zeca Baleiro. Quem acompanha o blog sabe que muitas vezes o cito e que na primeira postagem deixei um link para um video do Você é má. Para mim, essa é a música tema do blog.

Um dos meus sonhos era conhecer pessoalmente o Zeca Baleiro. E isso aconteceu hoje. E começou justamente comigo falando: "estou realizando um sonho!". Tudo foi muito rápido, mas tive tempo de falar justamente do meu blog e da música Você é má... Senti como que poderia ficar a noite toda conversando com ele... Ele é muuuuuuuuuuuito lindo, gentil, educado!!!! É tudo de bom.

Pude explicar a ele o motivo do blog, em poucas palavras - o blog surgiu quando parei de me ocupar com os outros e passei a me colocar em primeiro lugar. O que coincidiu com eu ouvir Você é má! (do CD Coração do Homem Bomba, volume I). Ele até me perguntou o endereço do blog (que eu estou rezando pra que ele lembre amanhã e que ainda esteja curioso). E comentou que a minha sandália é de ex-boazinha (acho que foi porque eu fiquei maior do que ele).

Pude abraçá-lo, beijá-lo e lembrá-lo de que havia sido eu quem gritara: Zeca, (pausa pra ele olhar pra mim) TE AMO! E reafirmei que eu o amo de verdade! Foi quando ele me devolveu: "Eu também te amo!" Não precisa dizer que estou no céu até agora!!!!!

Então, deixo aqui mais uma demonstração pública de afeto a quem faz parte do meu dia-a-dia, com seu vozeirão e suas canções que eu adoro: "Zeca Baleiro, te amo!"

Ok, ok, ok!!! É pura tietagem!!!! Mas é isso que eu sou quando se trata do Zeca. Tiete mesmo!!!!!




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Dá trabalho, mas vale a pena!

Hoje descobri que meu blog ainda é visitado. Então, resolvi sair da inércia e compartilhar algo. Algo muito subjetivo, como nas minhas últimas postagens. Afinal de contas, eu avisei: não seria mais a mesma depois de 5 de setembro. Logo, meus textos também não.

Hoje cheguei a seguinte conclusão: ser feliz dá trabalho. E por muitos motivos. Vou listar apenas dois, mas existem muitos outros.

Primeiro, dá trabalho não sucumbir às exigências deste mundo doido. No espelho da minha casa há a seguinte afirmação de Christopher Morley: "Existe um só sucesso: ser capaz de viver a vida do seu próprio jeito". Está no meu espelho para eu não esquecer, porque senão, quando vejo, estou sendo engolida por padrões impostos nem sei por quem. Podem ser apelos consumistas ou um fato simples, por exemplo, de receber no trabalho um e-mail convidando as pessoas para compartilharem sua maior conquista de 2009! Poxa, o ano ainda nem terminou e já preciso de uma conquista?! Por que mesmo?!

Aqueles que responderam expuseram o apartamento novo que compraram, o filho que tiveram, a maratona que participaram. Confesso. Me deixo levar. Por isso preciso de lembretes. Foi difícil não me achar diminuída por não ter nenhum feito para contar.

Então, pensei no assunto. E descobri que tenho sim, muitas conquistas. Estou muito próxima da minha família, tenho amigos maravilhosos, amo viver e tento ser melhor todos os dias! Mas, quem está interessado em conquistas desse tipo?! Eu estou. Porque esse é o meu sucesso!

Segundo, dá trabalho não reclamar da vida. Quantas pessoas você conhece que só reclamam? E muitas vezes, elas têm saúde, emprego, família e muitas outras coisas. Você olha e se pergunta por que tanta infelicidade? É isso. Dá trabalho. É mais fácil reclamar, só ver coisar ruins e se acomodar. E se há culpados para tudo, por que não encontrá-los para sua própria infelicidade? Pior que isso, é crer que a felicidade está em algo ou em alguém fora de você. Assim, ela sempre será inalcançável. E sempre haverá uma busca, nunca uma felicidade.

Minha sorte é que gosto de observar. E minha posição de fêmea da espécie me priveligiou com uma visão periférica. Então, fico atenta a tudo e não somente aos exemplos ruins. Há alguns dias, almocei com uma amiga que está com câncer no seio e precisará extrair a mama. E, pasmem! Havia dias que não encontrava alguém com um astral tão bom. Nosso almoço foi espetacular. Aprendi em menos de uma hora lições que vou guardar para toda a vida, como a fé na vida, a fé em Deus e que estamos aqui para sermos mais fortes e melhores.

Às vezes é isso. Caso esqueçamos de algo importante, a vida faz questão de nos mostrar. Mas é preciso estar atento. Senão... olha aí somente o lado ruim ganhando espaço...

Espero não me ausentar mais por um período tão prolongado!

Um beijo a todos!

Adriana

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Deus, amor e ex-boazinhas

Estou lendo “A Cabana”, de William P. Young e essa leitura está me fazendo refletir sobre algumas coisas. Uma delas tem a ver com o tema central do livro: o amor de Deus. Essa força que ninguém vê, a qual eu costumo traduzir como vida, simplesmente.

O fato é que o livro me conquistou. Talvez porque não fale de religiões e de regras a serem seguidas. Fala de viver o presente, reconhecer o passado como parte da sua história e de não tentar prever ou querer antecipar o futuro. E essa é minha máxima: é no presente que a vida acontece.

Outra das minhas reflexões diz respeito à necessidade que o ser humano tem de ser apreciado pelo aquilo que é ou que faz. Como se só tivéssemos valor pelo que fazemos, pelo que possuímos, ou pelos os títulos e conquistas que acumulamos. Esquecemos que a verdadeira apreciação dá-se pelo simples fato de existirmos. Estamos aqui e há uma razão para isso: viver!

Isso tudo também me levou a pensar no amor. Primeiro no amor de Deus pela humanidade, que no livro é colocado como uma apreciação sincera, que não se altera pelo que o ser humano faz ou deixa de fazer. Depois, no amor que nós, os mortais, costumamos sentir, ou dizer sentir. Então me dei conta das vezes que enumeramos razões para amar as pessoas, como se fosse necessário justificar o amor que sentimos. Esquecemos que amor é um sentimento despretensioso. Não precisa haver um motivo que anteceda ao amor. Simplesmente ama-se.

À primeira vista, para um leitor desavisado, essa postagem pode causar estranhamento: o que um texto que fala de Deus, apreciação e amor está fazendo num blog intitulado ex-boazinhas? Então eu respondo: tudo a ver. Lembrem-se, as boazinhas estão sempre preocupadas em agradar, porque consideram que somente desse modo serão apreciadas. Ao fazerem isso, se esquecem delas próprias e deixam de ser protagonistas de suas histórias. Por isso essa postagem está aqui. É mais um lembrete para aquelas que também cansaram de ser boazinhas!



Ps.: Renato, Lorena, obrigada pelo presente. Como vocês podem perceber, adorei o livro. bjs

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Outra vez...

Assisti um capítulo da novela das oito hoje. Acho que escolhi o pior dia. Caramba, que choradeira! E agora estou aqui com a sensação que desperdicei meu tempo. Não adianta, isso sempre acontece! E acaba sempre com uma dor de cabeça. Por isso, desisti de TV há tempos. A dor de cabeça deve ser de culpa.

Mas minha passagem por aqui é porque, de novo, meu blog foi acusado de relatar o quanto sou carente. Não vou negar. Tenho uma habilidade incomum de ficar longe das pessoas que gosto. Isso começou faz muito tempo. Para ser sincera, eu não me lembro da primeira vez, só sei por que me contaram. Eu era bebê e minha mãe me deixou com minha avó durante um mês inteiro. Só sei que quando ela voltou, eu a rejeitei. Vai ver é isso... me acostumei a sentir falta... fico repetindo esse padrão até hoje e todo mundo fica me chamando de carente (cruzes, papinho de quem faz análise).

Como diz uma de minhas amigas: “Se quiserem guardar um segredo, não contem à Adriana”. É natural, não faço por querer... quando me dou conta, já falei demais. O que esperar então dos meus próprios segredos?

Durante um curso desses quaisquer, ao final de 12 longas semanas, os participantes tinham que destacar qualidades uns dos outros. Adivinha quais foram minhas qualidades mais recorrentes? Sinceridade e transparência. Vixi. Estou ferrada nesse mundo de aparências. Acho que preciso rever meus princípios e começar a representar mais.

Mas, quer saber. Nada disso. Sou assim e ponto. Escrevo o que tenho dentro de mim. Se é coisa boa, compartilho. Se é ruim e me deixa triste, também. Lê quem quer. E opinião, cada um tem a sua. Então, está tudo certo.

Beijos a todos e desculpem a ausência nesses longos dias que antecederam 5 de setembro.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sorria, você está na Bahia!

Alguma coisa acontece no meu coração... E não é preciso cruzar a Ipiranga com a Av. São João. É quando chego à Bahia, mais especificamente em Salvador. Não sei. É inexplicável. Deve ser a proteção de todos os santos! Uma energia boa, que me põe um sorriso na cara e me faz lembrar de como é bom ser feliz! Xô inferno astral! Estou em Salvador e só o que importa é alegria.

Tudo bem que as lembranças que essa terra me traz também contam alguns pontinhos. Avistar o farol da Barra, o mar... Lembrar-me do último pôr do sol, atrás do Nana... Comer acarajé, moqueca, camarão... Imaginar o final de semana em Morro de São Paulo... Acho que volto pra Brasília com outra tattoo com os dizeres: “Je suis n’ée pour être heureuse”! Talvez essa seja permanente... para eu nunca mais me esquecer disso!

domingo, 16 de agosto de 2009

Passar agosto esperando setembro

"O diabo na rua no meio do redemuinho"*. Agosto. Mês cruel. Ainda mais para os pobres virginianos, que estão em pleno inferno astral. Eu estou esperando (se pudesse, sentada) esse mês passar, dia 05 de setembro chegar, e recomeçar. Mais um ano, o ciclo do sol sob meu signo só encerrará novamente em agosto de 2010. Ufa!

Essa minha postagem está sendo contraditória. Aqueles que acompanham o blog vão saber que citei bem há pouco tempo o verso do Baleiro que diz "não quero passar agosto esperando setembro". Mas não tenho obrigação de ser coerente e mudo de idéia com freqüencia. Também já escrevi que estou mais para metamorfose ambulante... então, fica explicado.

Também como escrevi há alguns dias, meus pensamentos andam confusos que mal consigo organizá-los. E não só os pensamentos, mas principalmente meus sentimentos. Hoje mesmo. Acordei me sentindo a mosca do cocô do cavalo do bandido! Numa deprê total. Na hora do almoço já estava me sentido a criatura mais feliz do mundo! Até comentei: "Será que sou bipolar?" Mas minha amiga logo me tranquilizou: "Não, bipolar muda de humor, mas não tão rápido assim!" Ah, bom! Melhor assim...

Mas as turbulências na minha vida estão me deixando literalmente enjoada. Não sei descrever muito bem, mas é como se eu pudesse observar as mudanças ocorrerem. Ainda não sei qual fênix vai renascer das cinzas quando tudo isso acabar. É esquisito. É como se eu não me reconhecesse mais. Estou ansiosa (só pra variar um pouco) para saber o resultado disso tudo.

Provavelmente, vocês também saberão. Meus textos não mais serão os mesmos. Assim como eu.


* João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Promessa de versos

Meus pensamentos estão tão confusos que não consigo ordená-los para postar algo coerente.

Palavras soltas invadem minha mente. Então, sem compromisso, vou deixar aqui algumas palavras pescadas ao acaso:

Vontade
Saudade
Verdade
Realidade

Nunca fui boa em versos (mesmo adorando Pessoa e Drummond) mas uma coisa é certa: essa vontade de exprimir o que sinto/penso/reflito em palavras me acompanha, mesmo assim, numa promessa de versos.

domingo, 2 de agosto de 2009

Homem gosta de ...

Já escrevi anteriormente "sábado à noite: ocasião perfeita para ... colecionar assuntos para o blog... E ontem, mais um sábado à noite, aumentei minha coleção.

De novo, vou me repetir! Ex-boazinha que se preze tem muitos amigos homens! E bons amigos homens.

Imagina a situação: sábado à noite, você chega em casa à meia-noite, depois de ter assistido ao show do seu cantor preferido, desses que te fazem lembrar o quanto vale a pena viver intensamente a vida. Ainda mais depois de deixar o show cantarolando "não quero medir a altura do tombo, nem passar agosto esperando setembro". Esse verso para mim é um hino que sintetiza o que busco para minha vida: viver o aqui e o agora, sem deixar de fazer seja lá o que for por medo (até mesmo descer a ponte do parque da cidade de patins).

Tudo isso para dizer que, cheguei em casa com vontade de ir pra rua! Primeira providência: SMS para aquele seu amigo de todas as horas, que você sabe que é diversão, descontração e bom papo na certa! SMS enviado - telefone tocando! Estava feito! Meu sábado ainda pedia mais!

E foi assim que comecei a colecionar os assuntos que vou transcrever aqui.

Primeiro, depois de desistir do pub que havíamos planejado ir, quando nos deparamos com uma fila imensa, resolvemos ir a um lounge não tão popular, mas que a entrada estaria garantida. Foi quando me lembrei da última vez que estive nesse lugar, da minha percepção de que havia mais homens do que mulheres. E comentei: "Minhas amigas iriam gostar desse lugar, porque reclamam da falta de homens em Brasília!" Meu amigo, surpreso, saiu com esta: "Faltam homens?!". "Para algumas mulheres sim", respondo eu. Não, você quer dizer: faltam homens PERFEITOS em Brasília", referindo-se ao alto grau de exigência da mulherada! E ele está corretíssimo! Ou alguém discorda que estamos mais exigentes e optamos por estar sozinhas a estar com alguém só por estar?

Chegamos e encontramos uma amiga. Pronto, o trio estava formado... duas mulheres, um homem e muito papo ... minha coleção de assuntos pro blog foi aumentando.

No lounge, curtindo a vibe (Deby, essa foi pra vc), prestei atenção em uma mulher dançando (depois de prestar atenção no cara que estava com ela, claro). E a cena chamou a minha atenção. Quis saber a opinião do meu amigo sobre a tal mulher (loira, boazuda, vestido curto, costas e peitos de fora). Primeira constatação: "ela é gostosa demais!". Ok, pra saber disso, não precisava dele. Fui direto ao ponto: "Ela é piriguete?". Ele: "Tá na cara que ela está com ele por interesse" (acho que isso resume a conversa)!

Então, entramos na discussão sobre que roupa vestir para ir pra balada. Opinião da minha amiga: "Sair com uma roupa assim (como a da nossa personagem do parágrafo anterior) passa a idéia para os homens de que você só está a fim de sexo e não é isso que espero que pensem de mim". Meu amigo: "Mas qual é o problema nisso?!". Minha amiga: "Mas não quero só sexo, quero algo a mais!". Meu amigo completa (e essa vai fechar a postagem) "Homem gosta de mulher, não gosta de relacionamento!"

Como dizem no Mato Grosso, é pra acabar!

Até a próxima!

Ps.: Ainda ficaram outros assuntos... mas esses vão ficar para a próxima postagem...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Vinho, flores, jantarzinho...

Hoje fiquei com vontade de cuidar de mim... não que eu não faça isso, afinal, como ex-boazinha, eu sou minha prioridade... mas hoje estou me dando alguns mimos e isso não quer dizer que passei no shopping e estourei o cartão de crédito!

Não! Passei no supermercado, comprei um vinho, espaguetini, shiitake e ... flores!!! E tudo isso para quem?! Para mim! Mais ninguém! Por que?! Por que nasci pra ser feliz! Mas andava me esquecendo disso...

Explico: no trabalho, o estresse chegou a proporções desastrosas! Então, refleti e cheguei a conclusão, com a ajuda de alguns amigos, que eu estava fazendo tudo errado! Brigando com todo mundo, de mal com a vida, respondendo torto até aos meus amigos! E até por e-mail! Tão alucinada que eu andava.

A primeira providência foi voltar à academia! Nada como uma aula de "ginástica natural", imitando a bicharada (era um tal de macaco, jacaré, siri...) e depois uma aula de alongamento, que não me trouxesse de novo à realidade.

Ao voltar pra casa, bateu aquela vontade. Primeiro, de beber um vinho. No supermercado, fiquei com vontade de macarrão e, já próximo ao caixa, me deparei com várias flores e pensei ... ta faltando esse colorido lá em casa. Minha casa agora tem flores brancas, amarelas e vermelhas... estou quase embriagada de vinho... e comi demais, porque a comidinha ficou demais! (e quem já provou dela, sabe que isso não é enrolação)!

Então, estou aqui compartilhando essa experiência. Alguns irão ler e me achar coitadinha, por estar fazendo tudo isso sozinha. Outros, assim espero, vão se dar conta que não fiz por que sou "menininha carente", ou por estar sozinha, mas fiz por curtir minha companhia e saber que mereço ser agradada! Até mesmo por mim...

domingo, 12 de julho de 2009

Sobre manuais e personagens...

Pode parecer estranho, mas acabei de ler Divã porque não tive tempo de ir ao cinema para assistir ao filme. Sim, é muito estranho. Levei algumas horas para ler o livro, mas não tive tempo de ir ao cinema.

O fato é que li o livro em duas salas de embarque e em dois aviões. Foi rápido, mas li. E, mais uma vez, Martha Medeiros me surpreendeu. O livro todo é um relato de uma mulher, com mais de quarenta anos, ao seu psicanalista. Ou seja, tudo se passa em um divã. Li o livro com aquela pressa de quem gostaria de ter um dia com 36 horas. Acho que vou lê-lo de novo, somente para destacar tudo o que me fez refletir. Algumas passagens me marcaram. Vou compartilhar duas: “não nascemos com manual de instrução” e “liberdade para desresponsabilizar-se pelo próprio personagem”!

Nascer com manual de instrução seria perfeito para levarmos uma vida sem frios na barriga, sem surpresas, sem medos, sem dramas, sem frustações. Um horror! Já pensou? Na pré-escola, primeiro dia de aula: você chora porque sua mãe quer deixá-lo com um monte de estranhos num lugar mais estranho ainda. Sua mãe abre seu manual e lê: “filhinho querido, aqui diz que você vai entrar, chamar aquela moça parada ali de tia e aqueles serão os seus melhores amigos por toda a sua vida!” Então, você pequeninho diz “ah, então tá bom.” Entra na sala e já sabe direitinho o que deve fazer e o que virá. Na adolescência: você vê sua melhor amiga beijando seu namorado. “Ai meu Deus, o que eu faço agora?” Antes de ter um ataque de fúria, abre o manual, que poderá ter algo como: “erga a cabeça, despeça-se dos dois, e siga em frente linda e feliz!”. E na vida adulta? Deveriam existir muitos manuais (alguns acho que até já tentaram escrever). Alguns exemplos: “Como trabalhar para um imbecil”, “Como influenciar pessoas e fazer amigos”, “Trabalhe menos e viva mais”. Pensando bem, acho que esse é um mercado promissor, afinal, está cheio de manuais por aí.

Sou adepta do “não nasci pronta”, mas manual nenhum vai me falar o que devo fazer ou deixar de fazer para estar pronta. Penso que a vida é uma inconstância. Pelo menos, a minha parece ser. Posso querer uma coisa agora, mas mudar de idéia logo em seguida e considerá-la inútil, dispensável ou até idiota. E assim sou com as minhas crenças, minhas posições, minhas escolhas. Adoro essa efemeridade. Não que com isso eu não seja confiável. Tenho valores nos quais acredito. Apenas me identifico com o Maluco Beleza quando canta "prefiro ser essa metamorfose ambulante" e penso que tudo depende do ângulo que você vê o mundo.


Mesmo sendo alguém que considera que “o verdadeiro sucesso é viver a vida do seu próprio jeito”, acredito que criamos personagens para nos tornarmos mais adaptáveis à vida em sociedade. Quem não os cria? Talvez existam pessoas que não possuem consciência disso. Mas todas interpretam personagens. Não há como negar. Vivemos diariamente num grande espetáculo, pode ser em casa, no trabalho, na escola, no clube, e até na igreja. Então, como seria ter liberdade para desresponsabilizar-se pelo próprio personagem”? Matéria para a próxima postagem...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Presente de Deus!

Acabei de ler um texto que termina assim:

"E, pensando em tudo isso, surpreendeu-se agradecendo a Deus por ser capaz de sentir tanto desejo e prazer. Sim, isso só poderia ser divino. Como algo tão bom não seria um presente de Deus para os homens? Foi quando seu pensamento se dispersou: quantas mulheres oprimidas por alguma religião ou crença deixavam de sentir tudo aquilo que ela se permitia e que ainda considerava divino?"

E isso me fez pensar em Sexo e a Mulher*. E em tudo o que isso implica! Naquelas que ainda tem uma visão romântica do sexo; nas outras que se surpreendem quando ouvem as amigas comentarem o quanto, para algumas delas, é fácil chegar ao clímax. Ou então naquelas que se chocam quando as amigas contam alguma de suas aventuras mais picantes (sim, homens, mulheres também fazem isso)!

Esse é um assunto interminável!!!!! Mas minha provocação é a inicial: a opressão de algumas religiões acabam por "castrar" algumas mulheres. O que é lamentável!

Esse texto continua... numa outra hora. A blogueira aqui tem que estudar um pouco!

Bjus


*Qualquer semelhança com Sex and the City é mera coincidência.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Prestar ou não prestar, não é essa a questão!

Talvez eu não goste de rótulos, apesar de me intitular como uma ex-boazinha. Mas tem um rótulo específico que anda rondando meus pensamentos há alguns dias: homens que prestam e homens que não prestam. Isso tudo começou ao ouvir minha amiga falar: "Fulano, quando prestar, vai prestar mesmo!" E isso ficou assim, martelando na minha cabeça. Não é que ela tem razão?

Vejamos porque. Primeiro, a gente sabe que os homens, pela racionalidade de sua natureza, optam pela vida de farra, mais do que as mulheres. Isso faz com que eles curtam colecionar conquistas. Alguns até optam pela qualidade nessas conquistas, mas para a maioria, o que vale mesmo é a quantidade. É nessa fase que os intitulamos: "Fulano não presta!". Vamos compreender o nós: um exército de conquistadas que entregaram seus corações a reles aventureiros.

Mas porque esses aventureiros acabam por conquistar nossos corações? Porque são gentis, atenciosos, educados, têm bom coração, fazem com que você se sinta a criatura mais feliz do universo ... mas, só por alguns momentos, pois ... não demora nadinha para eles partirem para mais uma conquista e deixam você a ver navios, literalmente.

Agora vem aqueles que prestam. Eles também são gentis, atenciosos, educados, têm bom coração e fazem com que você se sinta a criatura mais feliz do universo. Então, qual é a diferença? Homens que prestam não têm pressa nem data marcada para ir embora. Eles realmente se importam com você e para eles, só você importa. As outras conquistas que eles estão deixando de lado não mais os interessam.

Facilmente conseguimos identificar aqueles da citação inicial - os que ainda vão prestar. Não sei explicar porque, mas muitas vezes é instintivo e a mulher sente que conheceu o cara certo no momento errado. Ela pensa: "Feliz daquela que o encontrar quando ele estiver pronto!"

Nosso grande medo é encontrar o cara que não presta se passando pelo cara que presta. Por isso, os cafajestes têm a preferência da mulherada. E não é só porque cafajestes têm mais pegada. De certa forma, eles são preferidos por representarem um território conhecido. A mulher já sabe o que esperar deles. Sem sustos quando eles simplesmente somem do mapa!

O problema são aqueles que geram falsas expectativas. Ou, como já citei aqui, são campeões na arte da ilusão (Rapidinha #2). E, nós, que já somos grandinhas sabemos: não sofremos mais por amor, mas por meras desilusões.

Por isso deixo meu apelo aos que estão por aí e que sabem que não prestam: sejam sinceros. Abram o jogo. Deixem a mulher escolher o risco que quer correr estando com caras assim. Não sejam nunca cínicos, fazendo-nas acredirarem que vocês prestam, quando na verdade o interesse de vocês está relacionado a um dos instintos mais básicos da humanidade: o de perpetuar a espécie*.



*mesmo em tempos de camisinha e de no kids, sabemos que o instinto permanece.

domingo, 14 de junho de 2009

Feliz dia dos namorados!!!!!

12 de junho! Ninguém passa imune a essa data! Não adianta, pode se estar solteiro, enrolado ou compromissado. Não adianta. Você certamente sabe que está no dia dos namorados. Na rua, as rosas vermelhas passeando de um lado para outro não te deixam esquecer: sim, é Valentine's day no Brasil!!! E as reações das pessoas a esse dia são as mais diversas. Então, como boa observadora que sou, tenho algumas percepções a compartilhar aqui.

Primeira situação destaque do dia: minha amiga, com seu príncipe encantado francês! Mais de 10 mil quilômetros separando os dois e o que é pior, em Paris, 12 de junho é um dia normal, porque, para eles, comemora-se o dia dos namorados como no resto do mundo – 14 de fevereiro – Dia de São Valentim. Então já viu: lá, um dia comum. Aqui, uma doideira geral! Na cabeça do príncipe não deve ter passado a enxurrada de estímulos visuais os quais minha amiga esteve exposta: shopping decorado com corações, rosas vermelhas, faixas cafonas, declarações, etc, etc, etc. E ela toda tristinha, primeiro, por estar sozinha nesse dia e depois, por não ter recebido nem um cartãozinho, mesmo que fosse virtual.

A segunda foi mais dramática. O presente de dia dos namorados do meu amigo foi uma declaração de amor eterno da namorada... para o ... ex-namorado!!! Pois é, não preciso escrever mais nada!

No trabalho não se falou de outra coisa. Mais duas situações marcantes. Primeira: meu colega, na semana passada, deu nada menos do que um carro zero KM para esposa... e, para o dia dos namorados, não havia pensado em nada! Ele: “mas na semana passada dei o carro X para ela!!! Ela não vai querer nada hoje!” Ah, mero engano, ela vai querer sim!!!! E lá vai ele correndo para a floricultura – ainda dava tempo de mandar rosas vermelhas para a amada!!! Segunda: minha colega comprou sim um presente para seu aspirante a namorado, um bem pequeno, pois tinha que caber na bolsa. O presente só seria entregue se ela recebesse o dela primeiro!!!! Oh! Esse mundo está mesmo perdido!

As outras situações foram mais corriqueiras: relacionamentos terminados recentemente deixam um vazio ainda maior neste dia, então, havia muitos corações tristinhos... mas, faz parte da vida!

Ah, não posso esquecer dos solteiros!!!! Para aqueles que estão com o coração livre, o dia dos namorados é mais um dia no calendário perfeito para? Azarar! Afinal, chegar na balada onde só tem solteiros é o paraíso! Principalmente para eles, já que elas, geralmente mais românticas do que eles, estão prontinhas para receberem o príncipe encantado! Nem que seja apenas por uma noite! Então, deixo o lema dos solteiros nessa data: “O dia é dos namorados, mas a noite é dos solteiros!”.

Para finalizar, o título dessa postagem é uma homenagem. Para quem ou porquê, isso só eu sei. Ah, e o homenageado, claro!!!! ;-)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Bloguezinho de menininhas carentes

Eu mereço. Também, fiz por merecer. Quem mandou ficar usando o blog para dar recado? Mesmo assim, não me arrependo. Não vou mudar uma só vírgula da última postagem.

Agora, deixa eu explicar o porquê da indignação. Tudo começou quando resolvi que meu blog deveria ser mais visitado, então, fiz propaganda dele criando um fórum na comunidade do Orkut chamada Brasília, com a seguinte epígrafe: “Histórias que só acontecem aqui” Então, em vez da criatura que leu o blog deixar um comentário aqui, não. Deixou na comunidade a frase fatídica: “Bloguezinho de menininhas carentes...”. Desculpem o palavrão, mas: PORRA! Menininhas carentes tudo bem, mas Bloguezinho?!

Não tenho nenhum problema em assumir que sim, há vezes que estou carente, até muito carente. Afinal, sou humana, ou numa versão de Nietzsche “humana, demasiadamente humana”. Mas não sou apenas uma. E gosto muito mais do meu lado ex-boazinha. É quando sou capaz de fazer qualquer coisa! De assumir meus pensamentos, meus sentimentos, minha indignação.

Por isso deixo aqui minha indignação: Bloguezinho, nunca!!!

Ps.: Ok, sei que quem tá na chuva é pra se molhar! E ainda fizeram um chat nada a ver do meu tópico. Paciência.

domingo, 24 de maio de 2009

Sábado à noite: ocasião perfeita para...

... colecionar assuntos para o blog! E outras cositas más...

Promovida pra sábado - parte II

Todo mundo sabe que sábado a noite é o melhor dia para azaração! É quando ocorrem as melhores festas para os solteiros colocarem em prática tudo o que sabem na arte da sedução! Sendo assim, levar um bolo neste dia só tem uma explicação: você não foi promovido(a) pra sábado!

Não preciso falar mais nada, não é?!

O que não pode faltar às ex-boazinhas?

Amigos homens! Muitos amigos homens!

Há uma série de razões para ex-boazinhas terem sempre por perto um montão de amigos homens. Abaixo listo apenas algumas:

- eles são divertidos;
- estão sempre prontos pras baladas e sempre sabem o que de melhor está rolando na cidade;
- te mostram o lado masculino das coisas, o que é essencial para a vida de qualquer ex-boazinha;
- alguns te protegem como se você fosse a irmã mais nova deles;
- te apresentam amigos interessantes;
- alguns são ótimos dançarinos e você nunca fica sem par.

E tal como diz a propaganda do mastercard, algumas coisas da vida não tem preço, como, depois de um bolo, chegar à festa sendo a única mulher num grupo de 10 homens!

Consolo

Faço parte de uma comunidade do orkut chamada "Meu príncipe tá vindo de jegue!", mas cheguei a seguinte conclusão: não é o príncipe que está vindo de jegue, é o amor que está demorando muito a chegar... Afinal de contas, não é tão difícil transformarmos um sapo em príncipe...

Mas então, por que consolo? Porque não me canso de repetir as palavras de Gabriel Garcia Marquez "O sexo é para a gente o consolo enquanto o amor não nos alcança!" Sorte a nossa podermos contar com ele para isso! Porque sexo é bom, muito bom! Sempre! (ou quase sempre!)

É cada uma que ouvimos...

O cara já tentou de muitas formas chamar a atenção da garota. E ela nada de retrubuir as investidas dele... É quando o candidato a Don Juan sai com essa: "--- dá dois passos para trás" (a garota obedece). E ele conclui: "Agora estou a dois passos do paraíso!"

Pois é, é cada uma...

Assim, convido à todas a compartilharem as piores cantadas que já receberam. E, desculpem-me as demais, mas aqui vai um convite personalizado: --- Deby, sei que você tem uma ótima e já faz tempo que ela deveria estar aqui!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Boazinha, a definição!

Encontrei!!!

Tentei muitas vezes explicar porque me sinto uma ex-boazinha!!! E por muitas vezes fui mal compreendida!!! Agora eu encontrei uma definição que, se fosse música, sairia cantarolando como o Milton Nascimento "certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui quem fiz?!"

Sou fã da Martha Medeiros, desde os tempos em que lia Zero Hora nos domingos. Um dia desses, de bobeira, pedi um livro dela na biblioteca do trabalho. Eis que ele chega e a primeira frase que leio é "As boazinhas que me perdoem", título da primeira crônica de O Trem Bala.

Então, agora permito-me transcrever o que cabe tão dentro de mim:

Boazinhas, por Martha Medeiros:

"Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
[...]
Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
[...]
As boazinhas não têm defeitos. Não tem atitude. Conformam-se com a coadjuvância. Ph neutro."

(Extraído de Trem Bala, pág. 10)

Depois disso, só tenho que agradecer:

Martha, obrigada pelas palavras que estavam faltando aqui!

Adriana

Boazinha?! Eu?! Nunca mais!!!!!!!!!!!!!

domingo, 17 de maio de 2009

"Essa vida de solteira é muito louca"

Antes de iniciar, preciso dizer que sozinha não teria tido tantos insights. Tive a contribuição de uma pessoa muito especial que chegou a seguinte conclusão: "Essa vida de solteira é muito louca"! E refaço aqui o convite a ela: torne-se co-autora nesse blog!

Promovida para sábado (continuação de "Conversa no bar")

Uma amiga se queixa a outra: "---Ele é muito mala! Fala comigo na quinta combinando pra sair no domingo." A outra amiga só responde: "---É mala mesmo!" Quando a primeira conclui: "Ah, mas fazer o que? Vou tentar ser promovida pra sábado!"

"Passei a vez com aquele deus só por causa dele"

Quem é de Brasília ou mora em Brasília sabe que isso aqui é um ovo de codorna. E quem costuma sair muito, acaba encontrando sempre as mesmas pessoas. E algumas pessoas não são tão boas fisionomistas e aí já viu... é cada situação...

Situação 1:
Num lugar qualquer de Brasília, o deus grego da noite chega na pobre mortal. Ele, na verdade, não estava interessado nela. Era apenas uma tática para apresentar os amigos não deus gregos para as amigas da pobre mortal. E a tática dá certo. A amiga da pobre mortal fica com amigo do deus grego.

Situação 2:
Passado algum tempo da situação 1, o deus grego esquece da situação 1 e chega na amiga da pobre mortal. Como o deus grego não se lembra da situação 1, a amiga da pobre mortal acaba por ter de dispensar o deus grego, porque, afinal, continua saindo com o amigo dele...

Pois é, é cada uma nesse ovo de codorna!

Amigo, vamos ao cinema?

Sabe aquele seu amigo de todas as horas, que tá sempre disponível para te ouvir em todos os momentos? Pois é, vai chegar uma hora em que você fará a ele a pergunta do título e ele simplesmente responderá: "Poxa, queria tanto, mas não vai dar... marquei com a fulaninha..."

Já entendeu tudo... seu amigo... agora está namorando!!!!!

E a gente tenta ficar feliz por ele...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eta vida besta!

Férias. Interior do Mato Grosso. A cidade, como dizia Drummond:

"Cidadezinha qualquer

Casa entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus."


E de tão besta, estou sem assunto para o blog...

Por isso, resolvi contar uma história de fazenda. E notem, verídica.


Visita muito estranha

Sexta-feira. Dia de faxina na Fazenda Santa Luzia. E daquelas faxinas em que se tira tudo do lugar. O fato ocorreu no momento de colocar as coisas no seu lugar novamente. Os personagens: meu pai, minha mãe, minha irmã e uma mochila preta.

Era fim de tarde, quase anoitecendo. Minha mãe e minha irmã reclamando da fumaça trazida pelo vento e causada por um desavisado que queimou as folhas secas dos eucalitos que cercam a fazenda. Desavisado porque não sabe que a natureza tudo aproveita, inclusive as folhas secas.

Minha mãe, recolocando tudo no lugar, pega a tal mochila preta, que estava na cozinha, esperando por um lugar apropriado. Ao levá-la para fora, sente que está mais pesada de quando a colocou lá. Curiosa, claro, precisa checar o que há dentro da mochila. É quando ouvem-se gritos "sem voz", se é que isso é possível.

Minha irmã corre para acudir. Minha mãe, apavorada, mal consegue falar: "uma cobra!".

Muito rapidamente, surge o herói da história: meu pai. Com um pedaço de pau, ele dá fim à uma jararaca de um metro e meio de comprimento, que fugindo do fogo e da fumaça, encontrou um esconderijo dentro de casa.

E eu, que cheguei à fazenda um dia após o acontecimento, relembro a infância e toda noite imagino uma jararaca escondida embaixo da cama*. Em tempo: quando era criança, embaixo da minha cama existia um jacaré, mas, diferente da cobra, não sei como ele havia parado lá.


*ai de quem deixar comentários maliciosos sobre isso.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Rapidinhas

#1
Conversa de bar

Duas mulheres trocam confidências sobres os caras com os quais estão saindo. A primeira se mostra muito indignada, tentando entender o porquê de o cara, que insistiu em levá-la ao motel, falhou na hora H, e agora não pára de ligar para ela. A segunda fala das pistas descobertas que a levam a conclusão de que o cara que ela está saindo é um perfeito cafajeste, do tipo sai com ela na noite anterior e não liga no dia seguinte. É quando se ouve "Pois é, o meu não me come, mas pelo menos me liga".

Moral da história: Mais vale um cara que tem lá os seus seus problemas te ligando, do que um cafajeste que faz tudo direitinho, mas te esquece no dia seguinte. (Ai, ai! A que ponto chegamos!)

#2
Desilusão

A ilusão é a principal inimiga do coração. Quem nunca criou suas ilusões a respeito de alguém e quando percebeu a verdade não sofreu por isso? E muitas vezes, nem é culpa do outro. Você é responsável pelas ilusões que cria. Já dizia Paulinho da Viola: "Desilusão, dança eu dança você, na dança da solidão" Quer conferir a música? Marisa Monte e Paulinho da Viola.

#3
Dica da semana

Extraída da revista Women Health deste mês, da matéria Você decide, que relaciona coisas para se fazer aos 20, 30, 40 e 50 anos. A que eu mais gostei foi:

Aos 30 anos: Namorar alguém mais novo do que a sua carteira de identidade!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Boazinhas e ex-boazinhas querem a mesma coisa: ser a exceção!

Não posso deixar de comentar - entre as várias coisas que fiz num fim de semana agitado - foi ter assistido ao filme Ele não está tão a fim de você!

Quem já leu o livro Ele simplesmente não está a fim de você vai se surpreender com o filme! O livro, que mais parece auto-ajuda, transformado em filme, está demais! Você ri do início ao fim! O elenco, nem se fala: Drew Barrymore, Jennifer Connelly, Scarlett Johansson, Jennifer Aniston, Ginnifer Goodwin, Kevin Connolly, e os TDB* Ben Affleck e Bradley Cooper.

Ah, e de preferência, faça como eu: assista ao filme do lado de um amigo - ficar observando enquanto ele se identifica com as cenas faz parte da brincadeira! E claro, na companhia também de MUITAS amigas - ocupamos quase uma fileira inteira de cadeiras!!!!

Só não precisa me copiar em tudo. Deixa eu explicar: depois de muitas tentativas de me tirarem da cama, num domingo (chuvoso) à tarde, depois de ter chegado em casa às 6h30 da manhã, de ter bebido não sei quantas vodcas com soda na noite anterior... enfim, o convite para assistir ao filme em questão acabou sendo um ultimato! Cheguei no shopping, a sessão já havia começado. Ainda tinha que pegar um lanche. Eram 16h. Eu de ressaca e de estômago vazio. Dá pra sentir o drama... Pensei : vai dar M. E não deu outra - cheguei na sala querendo chamar o raul... mas nada que uma coca-cola não resolvesse a tempo! Ufa!!!

Bem, mas porque boazinhas e ex-boazinhas querem a mesma coisa: ser a exceção? Assistam o filme e depois me contem!!!


*tudo de bom!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Eu que sou nova...

Chego em casa, depois do trabalho, da academia e de ter passado no supermercado. Carregada de compras, mochila nas costas e ainda com a bolsa do tamanho de uma mala pendurada em apenas um dedinho. Minha vizinha, estudante, muito solícita, se oferece para abrir a porta para mim e subimos juntas no elevador.

Diante da cena, resolvo fazer um comentário bobo, olho para as compras e digo: “extensão da academia” e levanto um pouco os braços, para simular o levantamento de peso. Eis que, para minha surpresa, ouço: “--- Não sei com você consegue, EU QUE SOU NOVA não dou conta. Minha mãe vive falando: acorda cedo e vai para a academia!”

Não deu outra – ela desce no primeiro andar e eu fico me perguntando: “Nossa! Se ela é nova, eu sou o que? Velha?”

Então, me lembrei do meu aniversário de 30 anos. Não foi bem uma comemoração. Foi uma despedida. Me despedi dos meus vinte anos... Confesso que não é a melhor das experiências... E, depois de seis meses, ainda estou tentando descobrir como é fazer 30 anos...

Entre os presentes que recebi, um dos que eu mais gostei foi o livro 10 mulheres que você vai ser antes dos 35 anos, de Alison James. Simplesmente hilário!!!! As mulheres descritas no livro vão de universitária (igualzinha a minha vizinha e que, claro, também já fui uma) passam pela diva sem 1 centavo, a rainha da balada, a marota ( mulher+garota), ... até chegar à mulher verdadeira. São 10 descrições. Um pouco caricatas, para ser sincera. Mas não tem como não se identificar com algumas delas e dar boas gargalhadas! Como falei, é hilário!

Bom, mas por enquanto estou descobrindo como é ter 30 anos. Ainda espero chegar a minha versão mais verdadeira, que será (ou já é) a soma de todas as mulheres (talvez mais que 10) que já fui ou que ainda vou ser!

Esse texto, com certeza continua... numa outra hora...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vida demais para ser vivida

Nossa! Quase um mês sem postagem... Mas sabe o que acontece? Vida demais pra ser vivida!!! Vontade de fazer tudo e tudo ao mesmo tempo...

Deve ser por isso que adquiri uma ansiedade quase sem limites. Quem me conhece sabe que sou dessas que sentem até dor no peito, que não conseguem ficar quietas... Bem verdade que já melhorei muito... Ok, às vezes tenho umas recaídas, como hoje - uma demanda urgente no trabalho - e a ansiedade praticamente me deixou sem comer... Bem, mas o que tenho feito para controlá-la e não querer abraçar o mundo de uma vez? Concentrar-me no aqui e no agora!

No começo é difícil. Por exemplo, estou aqui, escrevendo no meu blog - então, devo me concentrar apenas nisso - nada mais importa. Não posso imaginar que ainda tem a tal demanda, que viajo amanhã, que preciso fazer minha mala, que tem roupas na máquina de lavar, que, de novo, ainda não comi, que acabei de dar desculpas esfarrapadas quando deveria ter dito simplesmente não estou a fim (eis aí a boazinha que insiste em aparecer). Ai, meu pé já está balançando embaixo da mesa e não estou encontrando posição na cadeira... Pois é, isso é bem difícil para os ansiosos. Mas com algum esforço, é possível aprender a se concentrar e viver o instante presente.

Quando isso acontece, a vida ganha novos significados. Não importa se o que você fez não vai dar em nada, se o texto que você está escrevendo não vai ser lido, se você não ouviu um obrigada depois de fazer um favor. Isso não importa. Você viveu plenamente o instante - colocou cada pedacinho seu naquele momento - e isso eu considero mais importante - você não deixou a vida para depois.

Para finalizar, deixo o poema do Fernando Pessoa, porque acho que tem tudo a ver com doar-se a si mesmo (plagiando) no mínimo que fazes:


Ser Grande


Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Enquanto o amor não nos alcança

Sabe quando você termina de ler um livro e uma passagem em especial não sai da sua cabeça? Pois é, isso acabou de acontecer comigo. Foi com o Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel Garcia Marquez. A passagem é a seguinte: "O sexo é para a gente o consolo enquanto o amor não nos alcança."

Bem, agora deixa eu explicar o contexto em que a frase foi dita. Em primeiro lugar, quem a disse foi o personagem principal, um jornalista de 90 anos que não havia se apaixonado antes de chegar à sua nonagésima década, em um diálogo com uma das putas, que dão nome ao título do romance.

E me deixou intrigada. Achei de uma simplicidade, mas que resume muito bem os relacionamentos superficiais aos quais nossa geração aceita tão facilmente. E uma pergunta ficou no ar: "o que está faltando para que o amor nos alcance?"

Tenho uma amiga que vive repetindo: "2009 será o ano do amor!" Não sei onde ela ouviu isso, mas para ela é como um mantra. Não somente ela, mas ouço muito de amigos e amigas coisas do tipo "quero me apaixonar", "cansei de mulheres (ou homens) que não querem nada sério", "não é isso que quero pra mim" (referindo-se a festas do tipo carnaval em Salvador ou uma ida a qualquer pub da cidade). Tudo isso para dizer que sim, nós desejamos o amor, mas o que está faltando para permitirmos ele em nossas vidas?

Será que é a lei do menor esforço também está valendo para os relacionamentos? Será mais fácil manter relacionamentos baseados em sexo, com o mínimo de envolvimento possível, porque esta é uma opção que "dá menos trabalho"?!

Sim, porque gostar de alguém, amar uma pessoa, implica em uma série de responsabilidades. Em primeiro lugar, nossa sociedade prevê que sejamos monogâmicos. Então, o primeiro esforço é manter-se fiel. Segundo, se você gosta, você se importa. Se você se importa, você vai gastar um tempo que seria dedicado a você para outra pessoa. E nem todo mundo concorda em abrir mão disso ou está preparado para isso (especialmente as ex-boazinhas). Terceiro, se envolver com alguém significa derrubar barreiras, desconstituir-se de suas máscaras, ser verdadeiro. Isso tudo não é tarefa fácil.

Queria concluir, mas ainda não tenho a resposta para "porque o amor não nos alcança?". Mas ainda espero ouvir o click quando ele, enfim, guerreiro que é, me alcançar...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sou mais feliz na Bahia!!!!

Véspera de Carnaval! Estou na sala de embarque do aeroporto de Congonhas, ouço a chamada para o voo Gol-Varig, um número qualquer, com destino a Porto Seguro e Salvador e me lembro: mais pessoas estão indo ser felizes na Bahia!

Isso começou no ano passado. Cheguei de Porto Seguro, depois do carnaval, com uma tatuagem de henna nas costas que dizia: "Je suis née pour être heureuse" (nasci pra ser feliz) e com a idéia fixa de que faria uma permanente.

Bem, a vontade de fazer a tatuagem passou. Mas a conclusão de que sou mais feliz na Bahia, isso sim permanece e não importa em que época eu esteja na Bahia!

Não sei ainda explicar o que ocorre comigo na Bahia e em especial em Salvador!!! No ano passado, estive lá por duas vezes e essa sensação de ser mais feliz me acompanha desde o momento em que coloco meus pés no aeroporto. Não sei. Pode ser o mar, a orla, os acarajés, as moquecas, a hospitalidade dos baianos, que só faltam te carregar no colo (se bobear, alguns carregam mesmo)! Não sei.

Mas suspeito que no carnaval essa sensação será potencializada. Desembarco no Luís Eduardo Magalhães na sexta de manhã! Aí, poderei incluir à lista: a alegria da cidade, as músicas que não te deixam ficar quieta, os amigos que encontrarei por lá, as idas atrás do trio, as pessoas de todo lugar do mundo que também vão estar lá. É uma sensação de liberdade, de que tudo o que importa na vida é ser... feliz!

Quer entrar no clima também? Então confira: http://www.youtube.com/watch?v=qBvW1ejsE2I

Até a volta!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pior vontade

Cinco horas da manhã. Para variar, mais uma semana que inicia e meu relógio biológico não reconhece uma segunda-feira. Daqui a pouco terei que estar no trabalho, com os neurônios a mil. Mas o que meus colegas irão testemunhar é uma Adriana pela metade, sonhando estar em casa, curtindo sua cama!

Bem, ainda não sei ao certo o que irei escrever. Mas hoje foi um dia atípico. Passei o dia pensando em escrever sobre o que aconteceu na madrugada de sábado. Ei, não se enganem, não vou relatar aqui o aconteceu. Talvez escreva sobre os sentimentos que o fato trouxe à tona.

Acabei de ler algo interessante, uma crônica da Martha Medeiros, em que ela cita Clarice Lispector, ao descrever Ana, uma personagem que bem poderia se enquadrar no conceito de boazinha por mim descrito anteriormente (ok, pretensão demais minha, mas não vou alterar). Ana, após se deparar com um cego, toma consciência de que o seu mundo é muito pequeno, e que há muito mais do lado de fora de sua casa, com seu marido e filhos. E, nesse momento, Lispector descreve: " Seu coração se enchera com a pior vontade de viver" (do conto Amor, do livro Laços de Família, disponível em http://www.releituras.com/clispector_menu.asp).

Há tempos meu coração se enchera com a pior vontade de viver. Uma vontade de não fazer igual a todo mundo. Em me permitir assumir riscos, viver sem temer a altura do tombo. E acho que foi isso que aconteceu na madrugada de sábado.

Hoje estou inquieta, pois algumas coisas saíram do lugar e isso incomoda. Ao pensar sobre o que aconteceu, lembro de catarse. Num instante, por uma ação irracional, você muda o curso e as coisas não são mais como eram antes. Mas catarse também se refere a sair de um estado de graça para um de desgraça. Mas o que seria da vida se não houvesse os dramas?

Para ser sincera, estou percebendo que adoro dramas! Não só no sentido que todo mundo conhece, do tipo "Ela adora fazer drama", mas no sentido de permitir a efemeridade da vida - a constância não me agrada. Eu poderia ter evitado muita coisa, caso assumisse a postura: "conversamos depois", mas que graça tem nisso? Teria evitado sofrimento, mas não estaria escrevendo minha história.

Ok, sei que deixei muito pontos de interrogação nesse texto. Afinal de contas, estou falando de que? Mas quer saber, o resto fica só para mim e meu diário.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Pérolas

Buscando um texto no meu diário que eu possa transcrever sem que alguém se identifique ou coisa assim, encontrei algumas pérolas, como essas:

"Estou confusa, chateada, com medo, sozinha! Me sinto uma criança idiota que não quer crescer!Às vezes acho que tenho idade emocional de uma criança de 5 anos! Pareço a mesma menina boboca que se achava ridícula, que só falava besteira!
Por que eu sou assim?!
[... alguns parágrafos impublicáveis...]
Agora estou me achando maluca!"

ou então:

"Hoje estou meio bêbada!" => imagina a letra?! quase que nem eu mesma entendo!!!

Essa é um pouco pesada:

"Hoje estou me sentindo uma farsa! Não sei ao certo para quem eu minto, se é para mim mesma ou se é para os outros"!

Essa é engraçada!

Sabe nesses dias que você quer conversar e seu cachorro é o ser mais próximo de você? Pois é, num dia como esse eu escrevi:

"Bom, resolvi conversar com a Fifi*, mas ela nem me deu bola."

*Fiona, minha cachorrinha!!!!

Hilário!!!!

Uma dica! Escrever um diário é um ter um encontro com você!!! Reler seu diário, com certeza, rende muitas gargalhadas!!!!

Espero que tenham gostado!

;)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Díficil ser ex-boazinha!

Recado às candidatas a ex-boazinhas: se tornar uma ex-boazinha não é tarefa fácil!!!!

Sei que estou idealizando a garota má que há em mim, mas a boazinha teima em aparecer!!! Ela está aqui. Sempre! Querendo sair, querendo se importar com os outros, querendo ser agradável, querendo dar satisfações, querendo não magoar ninguém!!!!! Ai, como é difícil conviver com ela!

Ok! Em algumas situações não há como ser má e não querer o bem das pessoas que você ama. Ora, você não conhece o velho ditado: "os brutos também amam"? Pois é, as garotas más também amam!

Como não torcer para que uma de suas mellhores amigas passe naquele concorrido concurso - e ela vai e passa! Como não ficar feliz? Sua irmã volta a sorrir com vontade, com muita vontade, porque tudo está dando certo! Como não vibrar de alegria!!!?!

Pois é, as garotas más, no fundo, todo mundo sabe, não são assim tão más!!!!

Ps.: mas nem tentem, só por isso, mexer com elas!!!! Agora que elas sabem a que vieram, sabem muito bem se defender!!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Porta-jóias

Essa experiência de ter um blog tem sido muito interessante. Do nada me pego pensando em assuntos que dariam uma boa postagem, um bom texto. Então, resolvi criar este espaço para não deixar essas idéias se perderem. Alguma coisa do tipo - para não esquecer.

Aí vai a lista dos pensamentos que algum dia poderão se tornar um texto interessante:

1. Você é má mas há de ter um bem (inspiração from Zeca Baleiro);

2. Mutação! Em qual ponto a boazinha decide ser má? O que faz acontecer a ruptura?

3. Se nossa essência é do bem, conseguimos mesmo ser más e deixar para trás uma vida inteira de boazinhas?

4.Quem gosta de escrever, quase sempre tem um diário. Não importa se você é boa ou má! E tanto quem gosta de escrever como quem não gosta adoraria ler sorrateiramente um diário alheio. Vou selecionar um dos meus dias e compartilhar. Prometo não divulgar nomes e lugares, porque qualquer semelhança não será mera coincidência.

5. Porque as boazinhas preferem os meninos maus? (insight do Laurentino)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ser boazinha: muitos conceitos!

Respondendo ao Hugo:

Você pode até estar certo. Talvez, ao ser boazinha, dentro do meu conceito, possa ter sido motivo para as coisas não terem dado certo, em um relacionamento específico.

Mas o meu conceito de ser boazinha é bem mais abrangente. Não se restringe a um relacionamento a dois. Tem muito mais a ver com o fato de as boazinhas raramente dizerem"não", nas mais diversas situações. Até num simples: "Não, obrigada, estou satisfeita!" à mesa, na casa de amigos, por exemplo. Acredite, dizer "não" não é uma coisa simples para uma boazinha e nem por isso ela obrigatoriamente será uma trouxa.

Uma boazinha não tem muita percepção das suas próprias necessidades. Então, ela acha que, se as pessoas ao seu redor estão felizes, ela também estará! Para ela, ninguém está "montando" nela. Ela só está fazendo o que acha que é o certo. Simples assim.