segunda-feira, 30 de março de 2009

Eu que sou nova...

Chego em casa, depois do trabalho, da academia e de ter passado no supermercado. Carregada de compras, mochila nas costas e ainda com a bolsa do tamanho de uma mala pendurada em apenas um dedinho. Minha vizinha, estudante, muito solícita, se oferece para abrir a porta para mim e subimos juntas no elevador.

Diante da cena, resolvo fazer um comentário bobo, olho para as compras e digo: “extensão da academia” e levanto um pouco os braços, para simular o levantamento de peso. Eis que, para minha surpresa, ouço: “--- Não sei com você consegue, EU QUE SOU NOVA não dou conta. Minha mãe vive falando: acorda cedo e vai para a academia!”

Não deu outra – ela desce no primeiro andar e eu fico me perguntando: “Nossa! Se ela é nova, eu sou o que? Velha?”

Então, me lembrei do meu aniversário de 30 anos. Não foi bem uma comemoração. Foi uma despedida. Me despedi dos meus vinte anos... Confesso que não é a melhor das experiências... E, depois de seis meses, ainda estou tentando descobrir como é fazer 30 anos...

Entre os presentes que recebi, um dos que eu mais gostei foi o livro 10 mulheres que você vai ser antes dos 35 anos, de Alison James. Simplesmente hilário!!!! As mulheres descritas no livro vão de universitária (igualzinha a minha vizinha e que, claro, também já fui uma) passam pela diva sem 1 centavo, a rainha da balada, a marota ( mulher+garota), ... até chegar à mulher verdadeira. São 10 descrições. Um pouco caricatas, para ser sincera. Mas não tem como não se identificar com algumas delas e dar boas gargalhadas! Como falei, é hilário!

Bom, mas por enquanto estou descobrindo como é ter 30 anos. Ainda espero chegar a minha versão mais verdadeira, que será (ou já é) a soma de todas as mulheres (talvez mais que 10) que já fui ou que ainda vou ser!

Esse texto, com certeza continua... numa outra hora...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vida demais para ser vivida

Nossa! Quase um mês sem postagem... Mas sabe o que acontece? Vida demais pra ser vivida!!! Vontade de fazer tudo e tudo ao mesmo tempo...

Deve ser por isso que adquiri uma ansiedade quase sem limites. Quem me conhece sabe que sou dessas que sentem até dor no peito, que não conseguem ficar quietas... Bem verdade que já melhorei muito... Ok, às vezes tenho umas recaídas, como hoje - uma demanda urgente no trabalho - e a ansiedade praticamente me deixou sem comer... Bem, mas o que tenho feito para controlá-la e não querer abraçar o mundo de uma vez? Concentrar-me no aqui e no agora!

No começo é difícil. Por exemplo, estou aqui, escrevendo no meu blog - então, devo me concentrar apenas nisso - nada mais importa. Não posso imaginar que ainda tem a tal demanda, que viajo amanhã, que preciso fazer minha mala, que tem roupas na máquina de lavar, que, de novo, ainda não comi, que acabei de dar desculpas esfarrapadas quando deveria ter dito simplesmente não estou a fim (eis aí a boazinha que insiste em aparecer). Ai, meu pé já está balançando embaixo da mesa e não estou encontrando posição na cadeira... Pois é, isso é bem difícil para os ansiosos. Mas com algum esforço, é possível aprender a se concentrar e viver o instante presente.

Quando isso acontece, a vida ganha novos significados. Não importa se o que você fez não vai dar em nada, se o texto que você está escrevendo não vai ser lido, se você não ouviu um obrigada depois de fazer um favor. Isso não importa. Você viveu plenamente o instante - colocou cada pedacinho seu naquele momento - e isso eu considero mais importante - você não deixou a vida para depois.

Para finalizar, deixo o poema do Fernando Pessoa, porque acho que tem tudo a ver com doar-se a si mesmo (plagiando) no mínimo que fazes:


Ser Grande


Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.